quinta-feira, outubro 12, 2006
Avó – Balbina Júlia
Bem... minha querida, conseguir acabar de escrever sem que os olhos se me turvem de àgua será uma missão imposssível.
A ti devo-te tudo que sou, a sorte que tive, o amor que me deste...
Vejo-te a partir a cada dia que passa, prostrada na cama, com Alzeimer... sem que teus olhinhos me reconheçam, nem sempre o meu nome te faz sentido, logo eu que fui mais que uma filha para ti, criáste-me o melhor que pudeste, nunca conseguirei retribuir-te...
Em menos de 6 meses, as pernas deixaram de te obedecer, as dores são a companhia constante, a cabeça deixou de estar presente, e até comer... hoje é missão impossível, tem de ser através de uma sonda.
Pergunto-me eu... Isto é vida???
Logo tu... pequena grande mulher, com 1.40m+-, sempre com uma vitalidade invejável, vivias no quintal rodeada de flores e plantas... que tantas saudades hoje me fazem, o quintal era um paraíso florido, tinha de tudo, sempre tão belo... ainda recordo o cheiro depois do teu regar... um perfume no neu nariz para todo o sempre...
Andavas km’s, ías a todos os lugares mesmo sem saber ler, apanhavas os autocarros sem ter vergonha de perguntar “...Vai para onde???...”
Nunca fui uma criança de grandesssss brinquedos, tinha aquilo que me podias dar, nunca me faltou grandes brinquedos também! Tudo que podias compravas... “Para menina...” dizias tu.
Balbina Júlia... ou Balbina dos Reis... lol tens os dois nomes... porque nasceste no dia de Reis, daí também o meu “Reis”, herdado do dia de Reis, acho graça a isso metade dos teus filhos ficaram com um sobrenome, e outros tantos, com o outro.
Ainda hoje a Sónia sorri quando relembra como me ías chamar à rua quando estava na brincadeira e não queria ir para casa :) “ Pála... ó Pála!!!”, os “us” nunca foram usuais no teu vocabulário, alentejanita de gema, sempre nos presenteás-te com termos curiosos que hoje me fazem sorrir, tais como: Estás sempre a escaçamular, moça da punheche (calculo que isto será outra coisa...), Oquéim? , Larga-me da mão.. tantas outras que a memória não me trás agora...
Quero agarrar-me a coisas boas passadas, tinha tantas para escrever... quero guardar-te na lembrança e todos os bons momentos que os teus 92 aninhos já me deram, e vó... amo-te tanto :S!!!
Gostava que quando partisses tivesses a certeza que és amada... muito mesmo... minha querida.
Que Deus tenha piedade de ti e não te faça sofrer, que tenhas por fim descanço depois desta última provação, que olhes por mim e pelos meus filhos lá de cima como sempre fizeste cá em baixo.
Chuifff... Que grande mulher... que grande pessoa.
Amo-te
A ti devo-te tudo que sou, a sorte que tive, o amor que me deste...
Vejo-te a partir a cada dia que passa, prostrada na cama, com Alzeimer... sem que teus olhinhos me reconheçam, nem sempre o meu nome te faz sentido, logo eu que fui mais que uma filha para ti, criáste-me o melhor que pudeste, nunca conseguirei retribuir-te...
Em menos de 6 meses, as pernas deixaram de te obedecer, as dores são a companhia constante, a cabeça deixou de estar presente, e até comer... hoje é missão impossível, tem de ser através de uma sonda.
Pergunto-me eu... Isto é vida???
Logo tu... pequena grande mulher, com 1.40m+-, sempre com uma vitalidade invejável, vivias no quintal rodeada de flores e plantas... que tantas saudades hoje me fazem, o quintal era um paraíso florido, tinha de tudo, sempre tão belo... ainda recordo o cheiro depois do teu regar... um perfume no neu nariz para todo o sempre...
Andavas km’s, ías a todos os lugares mesmo sem saber ler, apanhavas os autocarros sem ter vergonha de perguntar “...Vai para onde???...”
Nunca fui uma criança de grandesssss brinquedos, tinha aquilo que me podias dar, nunca me faltou grandes brinquedos também! Tudo que podias compravas... “Para menina...” dizias tu.
Balbina Júlia... ou Balbina dos Reis... lol tens os dois nomes... porque nasceste no dia de Reis, daí também o meu “Reis”, herdado do dia de Reis, acho graça a isso metade dos teus filhos ficaram com um sobrenome, e outros tantos, com o outro.
Ainda hoje a Sónia sorri quando relembra como me ías chamar à rua quando estava na brincadeira e não queria ir para casa :) “ Pála... ó Pála!!!”, os “us” nunca foram usuais no teu vocabulário, alentejanita de gema, sempre nos presenteás-te com termos curiosos que hoje me fazem sorrir, tais como: Estás sempre a escaçamular, moça da punheche (calculo que isto será outra coisa...), Oquéim? , Larga-me da mão.. tantas outras que a memória não me trás agora...
Quero agarrar-me a coisas boas passadas, tinha tantas para escrever... quero guardar-te na lembrança e todos os bons momentos que os teus 92 aninhos já me deram, e vó... amo-te tanto :S!!!
Gostava que quando partisses tivesses a certeza que és amada... muito mesmo... minha querida.
Que Deus tenha piedade de ti e não te faça sofrer, que tenhas por fim descanço depois desta última provação, que olhes por mim e pelos meus filhos lá de cima como sempre fizeste cá em baixo.
Chuifff... Que grande mulher... que grande pessoa.
Amo-te
1 Pestinhas:
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Força Palita. Tu e os teus filhos perpetuam o carinho e dedicação de uma grande mulher.